Acusações contra o Talmud (parte 5) - se diz que é permitido roubar de não judeus?

Continuando nossa série de respostas a acusações antissemitas contra o Talmud - e por que são tabela, acusações contra "judeus" em geral:

UMA OUTRA ACUSAÇÃO

Judeus podem roubar de não-judeus, Baba Mezia 24a. (Afirmado também em Baba Kamma 113b).

Como toda mentira, essa também deixa "um rabo para trás", como se diz.

O tratado de Bava Metzia (o Portal do Meio) mencionado, nem mesmo lida com o tema, roubo. O tratado fala sobre o dever de devolver objetos perdidos com os quais lidaremos numa seção separada.

No entanto, antes de lidar com textos talmúdicos em si, vejamos as conclusões traçadas em trabalhos jurídicos pós-talmúdicos - de pessoas que estudaram os trechos, leram e tiraram conclusões para dizer a seu público, o que "a lei judaica" tinha decidido sobre o tema, roubo:

(ב) כל הגונב אפי' שוה פרוטה עובר על לאו דלא תגנובו וחייב לשלם אחד הגונב ממון ישראל או הגונב ממון של עכו"ם ואחד הגונב מגדול או מקטן: הגה טעות עכו"ם כגון להטעותו בחשבון או להפקיע הלואתו מותר ובלבד שלא יודע לו דליכא חילול השם (טור ס"ג) וי"א דאסור להטעותו אלא אם טעה מעצמו שרי (מרדכי פרק הגוזל בתרא):

(2) Quem rouba algo, mesmo que valha 'um centavo', já transgrediu a regra de 'não roubar' e, por isso, é obrigado a pagar aquele que roubou. Não importa se tiver roubado dinheiro de um israelita ou se roubar dinheiro de um AKUM (idólatra). Ou se roubar do "grande ou do pequeno" (de alguém considerado importante ou não). Nota: O erro a um AKUM, por exemplo, ao fazer as contas ou ao se pagar seus empréstimos: Este tipo de erro não é considerado 'roubo' desde que não se saiba (ou seja, tenha ocorrido por engano), para que não haja blasfêmia. E há quem diga que é até proibido enganar (um idólatra), exceto se ele mesmo cometer o erro (por contra própria) e, neste caso (deixar) é permitido (ou seja, não é enquadrado como "roubo").

(א) איסור גזילה אפילו ע"מ להחזיר ומה נקרא גזילה ואיסור לא תחמוד ולא תתאוה ובו יב סעיפים:
אסור לגזול או לעשוק אפי' כל שהוא בין מישראל בין מעכו"ם ואם הוא דבר דליכא מאן דקפיד ביה שרי כגון ליטול מהחבילה או מהגדר לחצוץ בו שיניו ואף זה אוסר בירושלמי ממדת חסידות:

(1) É proibido roubar ou explorar (uma pessoa por) qualquer quantia, seja de um israelita ou não israelita; E se o problema for um objeto que não interessa a ninguém é permitido (ou seja, não é considerado "roubo"). Exemplo de objeto que não interessa: Tirar de um fiapo ou [tirar uma pequena lasca] de uma cerca de madeira, para limpar os dentes (exemplificando aquilo que não "vale nada"); Só que mesmo isso, foi proibido pelo (Talmud) de Jerusalém, como uma expressão de devoção.

(א) אָסוּר לִגְזוֹל אוֹ לִגְנוֹב אֲפִלּוּ כָּל שֶׁהוּא, בֵּין מִיִשְֹרָאֵל בֵּין מִגּוֹי. אִיתָא בְּתַנָּא דְבֵי אֵלִיָהוּ, מַעֲשֶׂה בְּאֶחָד שֶׁסִּפֵּר לִי, שֶׁעָשָׂה עַוְלָה לַגּוֹי בִּמְדִידַת הַתְּמָרִים שֶׁמָּכַר לוֹ, וְאַחַר כָּךְ קָנָה בְּכָל הַמָּעוֹת שֶׁמֶן, וְנִשְׁבַּר הַכַּד וְנִשְׁפַּךְ הַשֶׁמֶן. וְאָמַרְתִּי, בָּרוךְ הַמָּקוֹם שֶׁאֵין לְפָנָיו מַשּׂוֹא פָּנִים. הַכָּתוּב אוֹמֵר, לֹא תַעֲשׂק אֶת רֵעֲךָ וְלֹא תִגְזֹל. וְגֵזֶל הַנָכְרִי, גָּזֵל.

(1) É proibido roubar ou furtar até mesmo um artigo de valor trivial de um israelita ou de um estrangeiro. Está registrado no Midrash Taná Dvei Eliahu: Ocorreu que um homem me disse [contando para a personagem Eliahu] que havia enganado um estrangeiro ao pesar as tâmaras que vendeu para ele. Depois disso, ele comprou azeite com todo aquele dinheiro que ganhou pelo ato ilícito, e a jarra quebrou e o azeite derramou. Ele [Eliahu] disse: "Bendito seja o LUGAR! Que não mostra nenhum favoritismo." Ou seja, não deixa de punir o fraudulento só porque era israelita. Pois a Torá diz: "Não engane seu companheiro, nem o roube", e o roubo de um estrangeiro também constitui roubo!

(ב) אָסוּר לִגְנֹב כָּל שֶׁהוּא דִּין תּוֹרָה. וְאָסוּר לִגְנֹב דֶּרֶךְ שְׂחוֹק אוֹ לִגְנֹב עַל מְנָת לְהַחְזִיר אוֹ עַל מְנָת לְשַׁלֵּם הַכּל אָסוּר שֶׁלֹּא יַרְגִּיל עַצְמוֹ בְּכָךְ:

(2) De acordo com a lei da Torá, é proibido roubar mesmo uma quantia insignificante. É igualmente proibido pela lei da Torá furtar, mesmo se disser que foi por brincadeira ou dizer que o furto foi feito com a intenção prévia de devolver o objeto (ou seja, se alegar que não "roubou" só "pegou emprestado") ou se disser que pretendia pagar por aquilo. Tudo isso que foi listado é proibido pela Torá, para que ninguém fique acostumado com este tipo de comportamento.

(ז) ונוהגת בכל מקום ובכל זמן בזכרים ונקבות. והעובר עליה ושקר במדה במשקל ובמשרה עבר על לאו, אבל אין לוקין עליו, לפי שהוא נתן לתשלומין. וכתב (הרמב''ן) [הרמב''ם] (גניבה ז, ח) זכרונו לברכה, שאם שקר במדות אפילו לגוי עובד עבודה זרה עובר בלא תעשה וחיב להחזיר, וכן אסור להטעות הגוים בחשבון, שנאמר (ויקרא כה נ) וחשב עם קונהו אף על פי שהוא כבוש תחת ידיך, קל וחמר לגוי שאינו כבוש תחת ידיך, והרי הוא אומר (דבוים כה טז) כי תועבת יי כל עושה עול מכל מקום.

(7) E [era] praticado em todo lugar e em todos os momentos por homens e mulheres. E aquele que o transgredia e mentia sobre medidas de comprimento, peso ou capacidade, transgride por meio disso um mandamento negativo. Mas não podemos administrar chicotadas nele, mas é considerado que virá a a retribuição. E o (o Rambam], que sua memória seja abençoada, escreveu (no Mishneh Torah, Leis sobre o Roubo 7 : 8) que se alguém mentisse em medidas, até mesmo para um estrangeiro que seja idólatra, transgride por isso um mandamento negativo da Torá e seria obrigado para devolver [aquilo. Como se tivesse roubado de um israelita]. E da mesma forma é proibido enganar os estrangeiros ao fazer cálculos, como foi declarado (em Vaicrá 25 : 50): "E calcular com seu dono" - mesmo se ele estivesse subjugado pois o verso alude a um caso de um estrangeiro que tinha sido escravizado; ainda mais então sobre um estrangeiro que não está subjugado. E eis que está dito (Devarim 25:16): "Porque é uma abominação ao Elohim [...] todo aquele que comete perversão" - querendo dizer, em qualquer caso de perversão: pesos, medidas ou quantias e valores.

Agora que vimos que é sem dúvida alguma absolutamente proibido pela lei judaica, roubar de qualquer pessoa, não interesse se é ou não israelita e mesmo se ele for idólatra, vamos visitar os textos talmúdicos relevantes:

וגזל כנעני מי שרי והתניא אמר ר' שמעון דבר זה דרש ר"ע כשבא מזפירין מנין לגזל כנעני שהוא אסור ת"ל (ויקרא כה, מח) אחרי נמכר גאולה תהיה לו

A Guemará desafia a afirmação feita: Mas por acaso o roubo de um Kena'ani seria permitido? Não foi ensinado num baraita : O rabino Shimon disse que o rabino Akiva ensinou sobre este assunto, quando veio de Zefirin: De onde foi derivado que se estaria proibido de roubar um Kena'ani? Foi do fato de que o verso afirmou a respeito de um israelita que tinha sido vendido como escravo a um estrangeiro: Depois que for vendido, poderá ser resgatado ( Vaicrá 25 : 48 )...

אלא אמר רבא לא קשיא כאן בגזילו וכאן בהפקעת הלוואתו

Em vez disso, Rava disse: Não é difícil compreender, porque aqui, no caso do escravizado, a halahá foi declarada em relação a um ato real de se roubar, cometido contra um estrangeiro, mas lá, no caso do baraita, onde estaria permitido usar o engano se não profanar o nome Divino, a halahá foi declarada com relação à anulação de seu empréstimo. A revogação de um empréstimo devido a um estrangeiro foi permitida, porque não envolvia realmente tomar nenhum dinheiro dele.

Há uma série de pontos importantes nesta passagem.

Primeiro, vemos que a discussão sobre roubar, envolveu o personagem "Kena'ani" o povo inimigo de Israel no mundo antigo.

Em geral, povos consideravam que poderiam fazer "qualquer coisa" com seus inimigos.

Ali, o Kena'ani usado no exemplo, é imaginado como "membro do povo inimigo" e "escravizado" ainda por cima. Um ser humano sem absolutamente nenhum status ou proteção social.

Os sábios usam o termo conscientemente, para dizer que "alguém poderia dizer" que, atos proibidos pela Torá (como o roubo) talvez, não fossem aplicados aos nossos "inimigos" (os Kena'anim)?

A Guemará declara que, o contrário é verdadeiro: É proibido o roubo do Kena'ani sem dúvida. O Talmud enfatiza isso explicando um verso difícil de Vaicrá.

Como visto, esta passagem foi a influência da legislação judaica ao longo da literatura pós-talmúdica.

Outro ponto importante é que o assunto da "anulação de um empréstimo" de um Kena'ani foi permitida, porque em geral, um empréstimo era testemunhado e documentado, para o tornar legalmente eficaz. Quando isso não era feito, um israelita do mundo antigo, ainda era obrigado a ter pena de seu credor, apesar da falta de comprovações legais.

Mesmo que o credor tivesse sido apenas descuidado e negligenciado a realização da documentação adequada na transação, um israelita deve ir "além da letra da lei", ter misericórdia e não explorar seu infeliz colega.

No entanto, este "atos frateris" só precisa se estender "à família estendida" deste devedor. Um israelita só seria obrigado - pela lei judaica que em tese segue - a ir "além da letra do direito empresarial comum", para beneficiar - e neste caso, relevar - erros de seus irmãos e primos do povo Israelita.

Aqueles que não fazem parte de sua família extensa, são tratados de forma justa e respeitosa, mas não recebem nenhum "tratamento especial" de família.

Voltando à proibição de roubar, em relação ao estrangeiro ou não israelita, há um debate sobre essa proibição. Alguns estudiosos afirmam que essa proibição é bíblica - o que chamamos de "Lei De'Oraita", como parece evidente a partir da derivação dos versos bíblicos.

[ver Maimonides, Mishneh Torah, Hil'hot Gueneivah 1 : 1, 7 : 8, Hil'hot Guezeilah 1 : 1; rabino Iehezkel Landau, Noda BiIehudah I Y"D 81; rabino Iom Tov Algazi, Hil'hot Behorot 2 : 17; rabino Haim de Volozhin, Responsa Hut Hameshulash, 14, 17; rabino Efraim Navon, Mahaneh Efraim, Hil'hot Guezeilah, 3; rabino Iair Bah'ra'h, Havot Iair,79; rabino Tzvi Ashkenazi, Haham Tzvi,26].

Outros acreditam que o roubo de não israelita, poderia ser interpretado até como "biblicamente permitido", porque o texto da Bíblia Hebraica apenas consideraria os Kena'anim como "não israelitas" em seus textos e, eles eram inimigos de Israel, aos quais a ética social não se aplicaria pois, estavam em guerra. Mas, os rabinos decidiram usar sua própria autoridade para proibir este ato para todos os israelita [ver Rashi, Sanhedrin 57a; rabino Nissim de Gerona, Hidushei HaRan, Sanhedrin 57a].

A discussão existiu e os códigos da lei judaica tomaram uma decisão a respeito. A decisão, como explicou o Rambam é que, os não israelitas, não devem ser associados com os Kena'anim necessariamente. E portanto, a regra é que se proíbe roubar de qualquer um, seja israelita ou não.

מעשה שמכרתי לעכו"ם אחד ארבעה כורין של תמרים ומדדתי לו בבית אפל מחצה על מחצה ואמר לי אלקים על השמים ואתה יודע על מדה שאתה מודד לי ומתוך שמדדתי לו בבית אפל חסרתי לו שלשה סאין של תמרים ולאחר כך נטלתי המעות ולקחתי בהן כד אחד של שמן והנחתי אותו במקום שמכרתי התמרים לעכו"ם נקרע הכד ונשפך השמן והלך לו אמרתי לו בני כתיב (ויקרא י״ט:י״ג) לא תעשוק את רעך ולא תגזול וגו' רעך הרי הוא כאחיך ואחיך הרי הוא כרעך הא למדת שגזל עכו"ם אסור כי גזל הוא ואצ"ל גזל של אח

com o Tana Dvei Eliahu 15: 2: Certa vez vendi para um AKUM (acrônimo de: idólatra) quatro Korin [cerca de 28 alqueires] de tâmaras e medi uniformemente para ele, e estávamos num quarto escuro. Ele me disse: Elohim governa sobre os céus. E você sabe o quanto mediu para mim. No entanto, desde tinha feito a medição numa sala escura [acidentalmente] dei a ele três Seahs [cerca de 0,7 alqueires] muito menos que o combinado. Depois que ele me pagou eu comprei com o dinheiro ganho um pote de azeite e coloquei no mesmo lugar onde vendia as tâmaras para o AKUM. O frasco estourou sozinho e o azeite derramou [como punição]. Eu [o personagem Eliahu, a quem a história estava sendo contada] disse a ele: Meu filho, está dito [Vaicrá 19 : 13]: "Você não deve enganar seu próximo e você não deve roubar..." Seu próximo é como seu irmão, e seu irmão é como seu próximo. Você aprende disso, que é proibido roubar de um AKUM simplesmente porque isso é roubo, e não precisava nem ser dito que roubo de seu irmão seria proibido.

Não só a lei judaica proíbe o roubo de um não israelita seja quem for, como os rabinos estavam particularmente preocupados, com os israelitas serem difamados como "povo ilegal" no caso de um israelita criminoso. Eles tinham plena consciência de que, devido ao antissemitismo, um crime cometido por um israelita, poderia fomentar ódio contra toda a comunidade judaica e profanar o nome Divino.

Esse sentimento é evidente nas seguintes passagens:

(ח) הַגּוֹנֵב טָלֶה מִן הָעֵדֶר וְהֶחֱזִירוֹ, וּמֵת אוֹ נִגְנַב, חַיָּב בְּאַחֲרָיוּתוֹ. לֹא יָדְעוּ בְעָלִים לֹא בִגְנֵבָתוֹ וְלֹא בַחֲזִירָתוֹ, וּמָנוּ אֶת הַצֹּאן וּשְׁלֵמָה הִיא, פָּטוּר:

No caso de quem roubar um cordeiro de um rebanho e o devolver sem informar ao dono que o tinha feito, e depois o animal morrer ou ter sido roubado por outra pessoa, o ladrão será do mesmo modo, obrigado a pagar a restituição por isso, já que foi ele quem deu início a todos os eventos. Se o proprietários do cordeiro nem souber da causa de todo o incidente, quer dizer, nem souber que tinha sido roubado e também não souber e que eles fizeram, sem saber que lhe foi devolvido algo que tinha sido roubado, e eles contarem o rebanho de ovelhas dele e descobrirem o que houve, o ladrão estará neste caso, isento do pagamento compensatório.

חמור גזל הגוי מגזל ישראל, הגוזל את הגוי ונשבע ומת, חייב להחזיר מפני חילול השם.

Tossefta - Bava Kama 10: 15 - É pior roubar de um estrangeiro é mais grave do roubar de um israelita, pois causa da profanação do nome [divino].

וְיֵיידָא אָֽמְרָה דָא. רִבִּי חֲנִינָה מִשְׁתָּעֵי הָדֵין עוֹבְדָא. רַבָּנִין סַבַּייָא זְבָנִין חַד כְּרִי דְחִיטִּין מֵאִילֵּין דְּאיסרטוס וְאַשְׁכְּחוֹן בֵּיהּ בֵּיהּ חָדָא צְרָרָא דְדֵינָרֵי וַחֲזְרוֹנֵיהּ לְהוֹן. אָֽמְרִין. בְּרִיךְ אֱלָהֵהוֹן דִּיהוּדָאֵי. אַבָּא אוֹשַׁעְיָה אִישׁ טוֹרִייָא [הֲוָה קַצָּר. עֲלַת מַלְכְּתָא מַסְחֵי גַּו מְגִירָה דְמַייָא וְאוֹבְדָת בינדילנין דִּילָהּ וְאַשְׁכְּהָהּ. מִי נַפְקָא אוֹשְׁטֵיהּ לָהּ. אָֽמְרָה. אֲהֵין לָהֶן. לִי אֲהֵן מַהוּ חָשׁוּב עָלַי אִית לִי טָבִין מִינֵּיהּ אִית לִי סוֹגִין מִינֵּיהּ. אֲמַר לָיהּ. אוֹרַיְתָא גָֽזְרַת דְּנַחְזוֹר. אָֽמרָה. בְּרִיךְ אֱלָהֵהוֹן דִּיהוּדָאֵי.

O seguinte relato se deduz do mesmo raciocínio: O rabino Ḥanina contou o seguinte caso: Os rabinos mais velhos compraram um monte de trigo da casa de um general e encontraram nele um saco de dinares em meio as sacas de trigo. Eles então o devolveram a eles. Eles disseram: Bendito seja o Elohim dos judeus. E se conta sobre o sábio Aba Oshaia de Tiro [que era um lavador de grãos:] A rainha veio se banhar numa lagoa. Ela perdeu seu "Bindilin' בינדילנין - Lieberman sugere que o termo é tradução do Grego δεράνιον, ou do Grego Bizantino δεράιον “colar” mas ele (Aba Oshaia de Tiro) o encontrou. Quando ela saiu de lá, ele entregou a ela. Ela disse: Fique pra você; Isso não é importante para mim, tenho muito mais disso. Ele disse: A Torá decidiu que temos que devolver. Ela disse: Bendito seja o Elohim dos judeus.

מַעֲשֶׂה בְּרַבִּי שִׁמְעוֹן בֶּן שֶׁטַח שֶׁלָּקַח חֲמוֹר אֶחָד מִיִּשְׁמְעֵאלִי אֶחָד, הָלְכוּ תַּלְמִידָיו וּמָצְאוּ בּוֹ אֶבֶן אַחַת טוֹבָה תְּלוּיָה לוֹ בְּצַוָּארוֹ, אָמְרוּ לוֹ, רַבִּי, (משלי י, כב): בִּרְכַּת ה' הִיא תַעֲשִׁיר, אָמַר לָהֶן רַבִּי שִׁמְעוֹן בֶּן שֶׁטַח, חֲמוֹר לָקַחְתִּי אֶבֶן טוֹבָה לֹא לָקַחְתִּי, הָלַךְ וְהֶחֱזִירָהּ לְאוֹתוֹ יִשְׁמְעֵאלִי, וְקָרָא עָלָיו אוֹתוֹ יִשְׁמְעֵאלִי בָּרוּךְ ה' אֱלֹהֵי שִׁמְעוֹן בֶּן שָׁטַח

Uma vez, o rabino Shimon ben Sheta'h comprou um burro de um árabe. Seus alunos foram e encontraram uma pedra preciosa, que estava pendurada no pescoço [do animal]. O rabino disse a eles parafraseando [Mishlei 10 : 22:] "É a bênção de Elohim que enriquece, não o ser oportunista ou "esperto". O rabino Shimon ben Sheta'h lhes disse : "Eu comprei apenas um burro. Não comprei uma pedra preciosa! Então ele foi e devolveu ao árabe e o árabe disse: "Bendito seja o Elohim de Shimon ben Sheta'h."

רִבִּי שְׁמוּאֵל בַר סוֹסַרְטַיי סְלַק לְרוֹמֵי. אוֹבְדָת מַלְכְּתָא דילניה דִידָהּ וְאַשְׁכְּחֵיהּ. אַפְקַת כְּרוּז בַּמְּדִינְתָא. מָאן דִּמְחַזַּר לָהּ בְּגַו ל̇ יוֹמִין יְסַב אָכֵן וְאָכֵן. בָּתָר ל̇ יוֹמִין אִיתְרִים רֵישֵׁיהּ. לָא חֲזָרֵיהּ גַּו ל̇ יוֹמִין. בָּתָר ל̇ יוֹמִין חֲזָרֵיהּ. אָֽמְרָה לֵיהּ. לָא הֲוֵית בִּמְדִינְתָא. אֲמַר לָהּ. אִין. אָֽמְרָה לֵיהּ. וְלָא שְׁמָעַת קָלָא דִכְרוּזָא. אֲמַר לָהּ. אִין. אָֽמְרָה לֵיהּ. וּמַה מַר. אֲמַר לָהּ. מָאן דִּמְחַזַּר לָהּ בְּגַו ל̇ יוֹמִין יְסַב אָכֵן וְאָכֵן. בָּתָר ל̇ יוֹמִין יִתְרִים רֵישֵׁיהּ. אָֽמְרָה לֵיהּ. וְלָמָּה לָא חֲזַרְתִּינֵיהּ גַּו ל̇ יוֹמִין. אֲמַר לָהּ. דְּלָא תֵימְרוֹן בְּגִין דַּחַלְתִּיךְ עָֽבְדִית אֶלָּא בְגִין דַּחַלְתֵּיהּ דְּרַחֲמָנָא. אָֽמרָה לֵיהּ. בְּרִיךְ אֱלָהֵהוֹן דִּיהוּדָאֵי.

O rabino Shmuel bar Sossarṭai foi para Roma. Lá anunciaram que a rainha havia perdido seu [דילניה dilniah] bracelete, mas ele o havia encontrado. Um arauto passou pela cidade declarando: Aquele que o devolver em 30 dias receberá tal e tal recompensa; mas se passar de 30 dias - e se o objeto for encontrado com alguém - sua cabeça será cortada e pendurada. E passaram os 30 dias e ele não tinha devolvido o bracelete. Só que, depois que passaram os 30 dias, ele se apresentou e devolveu o bracelete. Ela perguntou a ele: Você não estava na cidade? Ele respondeu: Estava. Ela perguntou a ele: Você não tinha ouviu o comunicado do Arauto? Ele respondeu: Ouvi. Ela perguntou a ele, o que ele disse exatamente? Ele respondeu: Ele disse, quem devolvesse em 30 dias receberia tal e tal recompensa; mas após 30 dias sua cabeça seria pendurada. Ela perguntou: Então por que você não devolveu em 30 dias? Ele respondeu: Para não se dizer que agi por medo a você. Eu agi por temor ao Misericordioso. Ela disse: Bendito seja o Elohim dos judeus.